O PRECONCEITO ESTRUTURAL

O preconceito estrutural não diz respeito a atos isolados e conjunturais de discriminação. Ao contrário disso, quando se fala em preconceito estrutural refere-se à um conjunto de ações visíveis ou veladas que colocam um grupo em posição de superioridade, ao passo que prejudica outros grupos de modo consistente e constante causando disparidades que se desenvolvem entre as camadas da sociedade ao longo de um período de tempo.
A discriminação estrutural, também conhecida como discriminação sistemática, estrutural ou institucional, é encontrada enraizada nos costumes e cultura de uma sociedade. O Conselho Europeu definiu a discriminação sistemática como “regras, normas, rotinas, atitudes em instituições e outras estruturas sociais em que, conscientemente ou inconscientemente, apresentam obstáculos a grupos ou indivíduos em acessar os mesmos direitos e oportunidades que outros, além de contribuir para resultados desfavoráveis pra estas pessoas em relação à maioria”.
O termo “estrutural” também pode ser compreendido a partir de uma sociedade organizada de maneira a excluir um número substancial de minorias da participação em instituições sociais. Por muito tempo imperceptível, essa forma de discriminação tende a ser de tamanha dificuldade de percepção para quem a pratica, tendo em vista um conjunto de práticas, hábitos, situações e falas enraizadas em nossa cultura, promovendo direta ou indiretamente, a segregação.
O preconceito estrutural não é algo que poucas pessoas ou instituições optam praticar mas uma característica dos sistemas sociais, econômicos e políticos em que todos nós existimos.